A pandemia afetou a vida de todos os brasileiros, não só emocionalmente como também economicamente. Em 2021, os altos e baixos no comércio ainda mostram que a instabilidade para esse período pós-pandemia está caminhando a passos cuidadosos. Por isso, é importante estar preparado para todos os cenários em 2022.

Segundo o estudo divulgado pelo IBGE em 6 de outubro deste ano, o volume de vendas recuou 3,1% em agosto comparado com setembro. Sendo essa a primeira queda após quatro taxas positivas consecutivas, apesar das estimativas no mercado financeiro de alta em 0,7%. Enquanto no primeiro semestre as vendas seguiam positivas.

Essa dissonância entre o primeiro e o segundo semestre de 2021, mostram que a inflação e a insegurança dos brasileiros na hora de concretizar uma compra ainda podem afetar grandemente o varejo.

Os setores de alimentação sofreram com a alta nos preços além do recuo de 4,6% quando comparado a agosto de 2020. Até mesmo o setor de materiais de construção, não impactado pela pandemia, teve uma segunda taxa negativa em 13 meses — queda de 7,1% referente ao mesmo mês em 2020.

Para desviar desta realidade será necessário que os varejistas busquem novas estratégias, destacando a necessidade de regulação, de adequação ao novo consumidor, de investimento em tecnologia e inovação, de busca por liquidez e boa gestão de risco.

O futuro hostil e os hábitos de consumo

Nos próximos três anos, os varejistas contam com uma grande competitividade e o aumento dos incentivos para a abertura de novas empresas mostra que a concentração deve aumentar, enquanto a rentabilidade deve cair.

É fato que a digitalização de processos fará a diferença na hora da venda, a perspectiva é que o online responda por 10% das vendas em seis anos no Brasil — o dobro da fatia atual no país. Na China, a marca das vendas online já chega em 35%, enquanto no Reino Unido e na Coreia do Sul o e-commerce no varejo cobre 22% das vendas.

Novos hábitos de consumo

Em 2022 será necessário reavaliar de que forma o consumidor passou a consumir. Herdado da pandemia, os canais digitais continuam sendo um grande ponto positivo para os consumidores em 2022.

O avanço dos marketplaces (vendas online) exige que as empresas continuem investindo em controle de qualidade, gestão de riscos, prevenção de fraudes e, claro, segurança nesse espaço de compra.

Apesar de ser uma ótima saída, o ‘Me chama no WhatsApp’ perderá força no futuro segundo especialistas. A análise de dados e criar o próprio ecossistema de vendas apresentará cada vez mais o perfil dos seus clientes e como se destacar dentro do mar de opções de varejistas.

Responsabilidade social com o cliente em foco

Da mesma forma o cliente permanece sendo o foco principal do negócio. O varejo deve manter e impulsionar o investimento em ESG (sigla em inglês para meio ambiente, responsabilidade social e governança).

O consumidor tem exigido cada vez mais que as empresas sejam engajadas, socialmente posicionadas e pratiquem ações positivas de inclusão e diversidade. Assim, o varejo deve considerar o seu papel também na sociedade, agindo de forma responsável, e não como um local que foca apenas no lucro financeiro.

O entretenimento nas vendas

A experiência do cliente continua sendo um tema recorrente quando falamos de Transformação Digital. Assim, o uso do entretenimento para engajar os clientes tem sido um ponto de destaque para quem busca vender mais e fidelizar o cliente.

Depois de quase dois anos de pandemia, a descontração e o bom humor causam uma sensação positiva além de demostrar competência na hora de cativar o cliente. Sendo mais que fundamental no ambiente digital que acaba, na maioria das vezes, oferecendo uma experiência impessoal.

Para o novo consumidor, o entretenimento serve como uma ótima forma de escapar da rotina e da pressão diária, então por que não inserir esta realidade na hora das vendas?

Live e-commerce

Essa tendência promissora, é uma estratégia que usa o streaming de lives para alavancar vendas através da interação online entre o varejista e o consumidor final. Por meio desse “comércio ao vivo”, o vendedor pode promover produtos, serviços, além de todo o ecossistema de e-commerce.

Segundo o levantamento da Wyzowl, 96% dos usuários assistem um vídeo de explicação para entender melhor sobre um produto ou serviço, destes 84% dizem que se sentem convencidas a comprar um produto após assistir um vídeo da marca.

Por isso, o investimento em produtos técnicos e uma equipe preparada para compor a live é muito importante e, consequentemente, alto. Apesar disso, o retorno é certo e vem sendo uma modalidade promissora para alavancar vendas.

Vídeo shopping

Da mesma forma que as lives e-commerce funcionam vendendo através de vídeos ao vivo, o vídeo shopping substitui a tradicional foto do produto com uma explicação mais detalhada e autoexplicativa tanto do produto quanto do serviço.

Assim como nas lives, é necessário investir em uma câmera de qualidade para a produção dos vídeos, além de saber exatamente o que destacar na hora de mostrar o seu produto!

Viu só, o futuro pode até ser instável pós-pandemia, mas isso não exclui o fato que o Brasil está pronto para dar seu jeito e assim continuar a prosperar no varejo.

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Ilustrações gentilmente cedidas por FREEPIK.